16 fevereiro, 2012

Fugindo da sala de aula

Não, não estamos falando de alunos mandriões que só pensam em cabular, gazear, vadiar :-) O assunto aqui é muito mais interessante, porque apresenta uma nova forma de treinamento que muitas empresas já descobriram ser mais efetiva.

Trocar de ambiente de aprendizagem pode ser significativo para reduzir o estresse, aumentar o interesse e melhorar o desempenho do profissional. As atividades dinâmicas geralmente são desafiadoras e exigem comprometimento com a equipe e a busca por soluções que fujam do convencional, sejam elas ligadas à natureza ou reproduzindo alguns desafios do cotidiano da empresa.

O que talvez poucos saibam é que essa abordagem, a aprendizagem vivencial, tem suas raízes em pesquisas do psicólogo David Kolb (EUA, 1990). Segundo ele, o conhecimento é mais que mera reprodução, é preciso reflexão crítica e internalização, ou seja, aplicação real dos resultados. Este processo acontece normalmente em nossos dias, mas pode ser recriado e controlado, com objetivos específicos. As pesquisas não pararam por aí, e se expandiram; segundo Aranha (2008, apud ZDESPKI), o ciclo se completa quando passa pelas seguintes fases:

- Vivência: Realização da atividade;
- Relato: Expressão e compartilhamento das reações e sentimentos;
- Processamento: Análise do desempenho, discussão dos padrões;
- Generalizações: Comparação e inferências com situações reais;
-  Aplicação: Compromisso pessoal com as mudanças, planejamento  de comportamentos mais eficazes, e da utilização dos novos conceitos no dia- a- dia de sua atividade profissional.

Vivência é tudo ;-)
Embora um programa de imersão em língua estrangeira não precise necessariamente contemplar atividades outdoors como rafting, arvorismo, trekking e afins, seu fundamento é o mesmo. Em um ambiente recriado com o propósito de aprendizagem, porém o mais próximo possível do real, os participantes passam a vivenciar situações em que se encontrariam se estivessem em outro país, seja a trabalho ou lazer. Para que essa experiência seja satisfatória, é fundamental que se adapte sempre o conteúdo apresentado ao nível linguístico dos participantes, e suas expectativas quanto aos objetivos finais.

Algumas pesquisas vão além e até definem a porcentagem de eficácia: 80%, contra 20% dos treinamentos tradicionais. Não só as empresas ganham em sinergia e motivação, mas os profissionais aprendem a enfrentar o desconhecido, encarar seus limites e desenvolver-se profissionalmente; no caso da imersão, significa aumentar a autoconfiança em ambientes onde seja necessário o uso de outra língua.

Pegar um impulso e subir.